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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Segue abaixo o discurso proferido por mim, na Missa do Convênio 2010 do Colégio Madre Celeste:

MENSAGEM DE HOMENAGEM AOS ALUNOS, AMIGOS E PAIS:

No decorrer de nossas vidas inúmeras pessoas passam por nós. A ciência que estuda isso, a Sociologia, denomina esse fenômeno de relações primária, secundária e terciária. Porém a filosofia da vida nos ensina mesmo é que existem outras formas de relacionamentos, porém destaco aqui duas dela: a de amigos e a de colegas. Sei que não posso afirmar que todos somos amigos, aliás isso seria muito exagero da minha parte, mas posso dizer que todos nós, sem exceção aqui um dia encontramos pessoas de valores, que nos ampararam em horas difíceis, que nos apoiaram nas decisões mais delicadas que tivemos que tomar, e que enfim viraram amigos. Não desprezemos nossos colegas, talvez faltou um pouco de boa vontade para se aproximar mais, afinal nem aquele que de braços abertos morreu por nós, agradou a todos daquela época e ainda hoje continua não agradando muita gente.
Não posso falar da amizade, de nossa turma, sem antes citar uma pessoa e uma tese de sua autoria. A coordenadora Heliana, quantas e quantas vezes nos falava que aqui ninguém é amigo, somos todos colegas.
É, tenho que lhe pedir desculpa sabia?! Porque de uma maneira fomos incompetentes ou até competentes demais nesse sentimento! São coisas que só o coração pode entender. Nós percebemos coordenadora, que a vida não é fácil, e é tão bom quando se tem alguém por perto da gente, nós percebemos que é impossível ser feliz sozinho, e assim acabamos por nos envolver com os demais. A rivalidade? ah talvez ela tenha sido resultado de uma imaturidade passageira, ou fruto de uma ira momentânea, mas creio que hoje tudo isso será perdoado, afinal hoje nos reunimos aqui não para ser amigos, muito menos para sermos colegas, de hoje em diante eu quero é mesmo e acho que todos nós queremos nessa reta final, que sejamos como irmãos, pois somos juntos com vocês professores, diretora, coordenadora, somos todos da mesma família, a família Madre Celeste e essa irmandade, essa união é o desejo maior daquele que nos ama.
Cada dia a mais me convenço de que a vida é como uma escola, onde há muitos professores, tem o professor Amor, tem a professora Felicidade, tem o professor Sofrimento, ah, esse é o mais chato, e quando a gente está na aula dele, a gente precisa ter um amigo perto pra distrair um pouco a mente. Mas a gente precisa de amigos também nas outras disciplinas, afinal a gente precisa de alguém pra compartilhar a felicidade, precisamos de alguém para amar e para que com um simples olhar peçamos uma mostra de que aquela pessoa nos ama.
É fato que temos algumas implicâncias com algumas pessoas, é fácil dizer: não fui com a cara dele, ou dela! Muito simples criticar o outro porque ele fala alto demais, porque grita na sala, porque só tem brincadeira sem graça. Tanta coisa fácil ? Mas hoje em dia eu me convenço que quanto mais fácil for o objetivo, menos valor ele tem. O que vale hoje em dia são as coisas difíceis. Se pra tudo aquilo que eu citei há só facilidades, existe uma só coisa difícil: é suportar o outro com suas fragilidades e personalidade. Isso aí é cruel, quantas vezes já deu vontade de explodir com alguém, calar a boca de outro, de mudar o jeito de uma pessoa?! Talvez por isso coordenadora, muitas vezes lhe demos trabalho. Mas a verdade é que como diz o ditado: Antes tarde, do que nunca!
Hoje aqui percebemos que o ano tá findando, vamos seguir caminhos distintos, a vida nos levará, ou melhor nós levaremos a vida por um lugar que nós um dia traçamos, e talvez nesse caminho, não aprendamos e nem reaprendamos coisas aqui vivenciadas e aprendidas. Certa vez, um sábio padre me dizia: Leonardo, aprende uma coisa: nesse mundo quem vai, fica! Quem fica, vai! Quem vai um dia, fica pra sempre guardado em nossos corações e quem é guardado em nossos corações um dia precisa seguir seu destino, talvez não tão distante de nós. Tenho a certeza que vamos, vamos caminhar por estradas e rumos diferentes, mas fico com a convicção que ficamos e ficaremos marcados nesse colégio, mas o que me importa mesmo é saber que sempre vocês todos ficarão marcados em meu coração e no coração dos demais amigos ou colegas de turma.
Eu nunca vou me esquecer do meu primeiro dia com vocês, todo envergonhado eu entrava na sala e procurava o meu lugar e sabia que esse ano era o último ano. Agradeci a Deus por me dar a chance de conhecer novas pessoas, novas mentalidades, novos temperamentos.
Pra descontrair um pouco fomos alguma vezes crianças, brincando de adoleta, criando apelidos carinhosos, jogando uno, e tendo inúmeras vezes na sala brincadeiras improvisadas, mas que nos faziam rir.
Mas quando parecia tudo bem, chegou-nos a preocupação.
Eu nunca vou me esquecer daquele nosso mês de junho, ah que mês doloroso foi aquele ... nunca vou esquecer que mais do que conviver com humanos, eu convivi com a melhor raça destes, os guerreiros. Tantas discussões, tantas lágrimas, decepções. Ah nesse tempo o professor Sofrimento estava sempre nos acompanhando, mas ele nos deixou muitas lições. Não vou esquecer o Rafael perdendo a voz por causa da gente, não vou esquecer a Luciana, ainda que um pouco pacata, mas arregaçando as mangas e nos incentivando a ir em frente. Não esquecerei aquela sexta feira, 11 de junho, era o único dia que tinhamos para aprender a coreografia da nossa quadrilha. Aquele dia foi cruel, choramos e choramos muito, e essas lágrimas nos renderam experiência.
É, o Rafael tem razão, nenhuma sala foi tão boa pra pegar os passos de uma quadrilha em um dia de ensaio. Eu acrescentaria mais à esta tese, eu diria que nenhuma sala foi tão boa também, ao ponto de ter a humildade de dar a cara à tapa, e entrar numa quadra onde algumas das centenas de pessoas com o olhar de deprezo e sarcasmo fingiam prestar atenção naquela turma desacreditada, 'plasmada' ou plagiada, seja como seja. Não ganhamos troféu de quadrilha, mas ganhamos a certeza de que quando se quer e quando se vai em busca do pretendido, podemos não conseguir o ideal, mas ao menos podemos bater no peito e dizer: eu tentei!
Em agosto, muitos de nós começávamos a perceber que já, já ia chegar a hora do "até mais" e assim começamos a viver mais nosso amado Convênio.
Tivemos nossos jogos e ganhamos ouro, mas o ouro mesmo somos todos nós, ainda que falte um aluno de nossa turma, esse tesouro não está completo.
Ultimamente a tensão do vestibular e do ENEM, tirou um pouco nosso sossego, mas nada como um resultado de uma universidade para aumentar nossa alegria. Foi tão bom na última semana no resultado da UNAMA, nós nos unirmos de fato como família, para comemorar e vibrar com as aprovações de nossos amigos e colegas, o melhor de tudo foi a nossa euforia de sair pelo colégio cantando e se divertindo com os cabelos pirocados dos nossos irmãos. Vê-los então todos melados de ovos e coloral, é divertídissimo.
Brincadeiras a parte, é chegada a hora das tomadas de rumo, mas sei que o Convênio 2010 não vai passar por nossas vidas em branco, não só porque foi a turma mais importante de nossas vidas. Mas porque além de fórmulas e conceitos, aprendemos aqui a viver e conviver. Aprendemos apesar de tudo a nos amar, a chorar quando o momento requer choro. A sorrir quando se deve sorrir. A abraçar quando se deve abraçar.
Sentiremos falta da "tagarelice" da Tayse, sempre animando nossas aulas com seu jeitinho, iremos lembrar das brincadeiras do Júlio, Diego, Júnior, Walter, Robert. Palhaços a parte, foram pessoas que quando era preciso estavam ali pra descontrair o ambiente. Sentiremos falta dos ataques de braveza da Fernanda e Ariane.Ao vermos pessoas tão unidas, talvez lembremos da amizade da Karen e da Hellem. Pessoas maduras nos farão recordar da Jéssica Cabral, Jéssica Araújo, Thayanne. Lamentaremos não ter mais alguém como a Bárbara, Cyrce, Jaqueline, Bianca, Felipe Santos, Ruan, Welzeman, Eduardo, sempre prontos para nos ouvir, aconselhar, e reverter o ambiente oportunamente tenso. Lamentaremos não ter mais o sorriso da Alanna Medeiros, da Sílvia, da Túlia, Lúcia, do jeito meigo da Brenda. Ao vermos pessoas pacatas, traremos à memória a Cecília, o Arlon, Ana Carolina, Ariadne, Andreza, Thayná, Gláucia, Mayara, Alessandra, Carlos Eduardo. Traremos à memória pessoas como a Karol, Luciana, Kelly, Rafael, ao vermos pessoas com espírito de liderança ora agitado, ora tão paciente. Lembro aqui pessoas como a Alanna Caroline, Bruna, Karla, Paula, Layse, Nayara, Natália, Suellem, apesar da nossa pouca convivência, levo todos na memória. Sentiremos também a falta da Zara, afinal quem vai fazer colocações importantes nas nossas aulas?! Pessoas sempre prontas para ajudar como Artur, Lucian, Willian e Felipe Emanoel, nos farão falta na hora das dificuldades. Muito obrigado por fazerem o meu convênio, o nosso convênio, ainda que do jeito recatado de todos vocês, mas não deixam de merecer nossa atenção e carinho. Saem daqui também quem sabe, futuros pais de família, admiramos o amor do Geyklin e da Thais, da Karol e do Thiago. Alex e Jaqueline.
Enfim, são sentimentos e memórias fundamentais à vida, mas afinal o que é a Vida?! Ah eu não sei conceituar, mas sinto que isso aqui faz parte dela! Pois acima de tudo, vivemos um Convênio, vivemos aqui amizades que edificaram-nos, vivemos aqui situações que nos fizeram rir, Demétrius? que costumava dançar a bicicletinha na sala. Rimos tantas vezes da soneca do Jacó. Ah, e aquele time matador? O Arlissom sempre preocupado e escolhendo os melhores. Lembremos aqui da paixão do Paulo pelo futebol.
Levaremos em nossos corações tantos momentos felizes, como a nossa festinha improvisada na sala naquela véspera do Enem, levaremos ainda momentos divertidos como o nosso encontro alegre com Jesus.
Que fase bonita foi aquela dos abaixo's assinado's, que bonito pra gente a luta pela promoção da dignidade humana, mostramos que muitas vezes podem nos tratarem de aborrecentes ou seja qual for o termo usado, mas o interessante mesmo é que temos duas coisas essenciais para viver: a consciência e o coração.
E isso foi mais exposto quando unimos nossas forças para sermos solidários com aqueles que precisam muitas vezes apenas de um sorriso. Nós saciamos a fome de esperança daquelas pessoas que ontem foram colocadas em nossas vidas e saciamos a fome física sentida por elas. Fizemos muitas e muitas crianças felizes dando-lhes a oportunidade de brincar pela primeira vez e acima de tudo lhes deixando como herança a felicidade proveniente do bem estar de cada um. Ontem a oportunidade que nos foi dada, foi única na nossa vida! Eu saí mais humano do que lá cheguei. Vi pessoas correndo não em busca de brinquedos e cestas, mas em busca de dignidade. Eu vivi ontem dentro de mim a alegria de dar a alegria. Como dizia São Paulo e hoje trago pra gente refletir: Fizemo-nos fracos, com os fracos, tudo para todos, afim de conquistá-los para o bem.
Não poderia encerrar sem agradecer a pessoas que possivelmente saem como figurantes, mas que são de suma importância para nosso existir: os nossos pais. Sempre perto de nós quando precisamos, muitas vezes juntos conosco abdicaram de passeios, viagens, para nos dar a oportunidade de nos dedicarmos melhor ao vestibular. Investiram na gente por amor, e com amor recebem nosso carinho de filhos que sabem retribuir aos pais. Estavam sempre ali para nos apoiar.
Lembremos também de alguns amigos nossos, até de fora mesmo aqui da escola, mas que também nos apoiaram e sempre estiveram ao nosso lado.
Agradeçamos a Deus os amigos que aqui fizemos, a família que aqui constituimos, uma família de guerreiros, de pessoas do bem, pessoas solidárias.
A gente aprendeu e como aprendeu, agora diretora eu posso lhe afirmar, saiba que o colégio que a senhora guia, lança ao mundo 63 cabeças que tem a esperança de mudá-lo, com bases adquiridas nessa instituição, através da vivência com demais colegas e funcionários. Saímos para o mundo, levando sempre o que aqui aprendemos nesses anos aqui vividos, para que talvez um dia, repletos da experiência, possamos ensinar aos nossos filhos esses valores que aqui obtivemos.
Saímos com a cabeça erguida, não fomos o melhor convênio, tampouco fomos o pior, a verdade é que não se pode rotular um grupo de pessoas onde cada uma tem seu jeito de pensar e de agir, mas o fato é que fomos o Convênio que soube fazer das derrotas um motivo pra recomeçar, e das vitórias, um incentivo pra se fazer o bem e tirar delas lições de vida. Fomos uma turma que ganhou medalha de ouro principalmente na garra e força de vontade, que colou não só em provas, mas que colou também na vida, afinal aprendemos a viver, não, não, nós aprendemos mesmo foi a conviver, e esse é o nosso maior tesouro, saber conviver com os demais, e isso requer muitas vezes vivermos como o outro vive. Enfim, é isso, desculpe-me se fui longo, mas não podia me reter a poucas linhas e ir pra casa angustiado quando na verdade queria falar mais. Cabe agora, senhora diretora
e na senhora as demais pessoas do corpo docente da escola, o meu e o nosso: Muito Obrigado! Muito Obrigado Colégio Madre Celeste!

- Leonardo Lopes Monteiro.