Carregando a imagem nos braços, percebi que a própria Virgem Santíssima me carregava no colo... E tanta coisa eu pude ali lhe falar, sussurar-lhe a angústia de viver este Círio de modo diferente.
Propus-me, então, a consagrar-lhe meus sentidos, como no cântico tradicional de consagração.
- Consagro a vós meus olhos!
Neste Círio, Senhora de Nazaré, muitos olhares se colocaram sobre tua pequena imagem. Quase sempre, marejados de lágrimas, estes olhos te expressavam a dor da distância física, a dor de saudade.
Com meus olhos, Senhora de Nazaré, tive a responsabilidade de mostrar tua festa, capturar imagens que tentem registrar o milagre inexplicável da fé do teu povo.
- Consagro a vós os meus ouvidos e minha boca!
Silêncio! Na Metrópole da Amazônia, Outubro é festivo, mas desta vez foi silencioso. Ali eu estava embalado somente pelo som da Tua Basílica e do cantar das aves, quis fazer daquele som a voz de todo povo que almejava estar ali gritando teus "Vivas". Diante da tua Imagem, pude eu falar contigo e sentir que falava em nome de tanta gente, tanta gente... Minha voz, então, tornou-se uma súplica por tantos familiares e amigos, gente querida que também te ama, Senhora de Nazaré.
- Consagro a vós o meu sentir!
O cheiro das rosas de tua berlinda, Senhora de Nazaré, me fizeram recordar o cheio do povo, perfume do povo (grego, Laos + nardo - Leonardo), que muitas vezes para nós pode ser desagradável, mas para ti é o mais perfeito sinal do amor-sacrifício, do amor que não conhece o limite quando é chamado à gratitude... Senti também tua Imagem em meus braços e me lancei ao teu colo, porque se nele está Jesus, eu também quero lá estar.
Obrigado, Senhora de Nazaré. Somente, obrigado! ❤️
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